domingo, 6 de abril de 2025

Jean - Paul Sartre em Vila Rica

 



Quando Jean-Paul Sartre percorreu as ladeiras de paralelepípedos de Ouro Preto em 1960, a história ganhou um momento singular, capturado pelas lentes atentas de Zélia Gattai. Este encontro entre um dos maiores intelectuais europeus do século XX e a antiga Vila Rica não foi apenas um episódio turístico, mas um diálogo silencioso entre mundos aparentemente distantes que a fotografia conseguiu eternizar.


O registro visual feito por Gattai revela mais que a simples presença física do filósofo na cidade histórica mineira. Observamos nele a justaposição fascinante entre o pensador contemporâneo, com seu olhar investigativo e postura característica, e o cenário barroco que testemunhou o apogeu e as contradições do Brasil colonial. Esta imagem ultrapassa o mero documento histórico para se tornar um símbolo do intercâmbio cultural Brasil-França que marcou o período.


A cidade de Ouro Preto, com suas igrejas ornamentadas, casarões coloniais e a herança artística de Aleijadinho, oferecia um contraste marcante com o universo intelectual parisiense de Sartre. O existencialista que analisava a condição humana, a liberdade e a responsabilidade individual caminhavam por ruas que testemunharam tanto a busca pelo ouro quanto os movimentos de resistência como a Inconfidência Mineira. Este paradoxo não escapou à sensibilidade de Zélia Gattai.


Há algo particularmente revelador no modo como a fotógrafa capturou Sartre: não como uma celebridade intelectual em visita exótica ao Brasil, mas como um pensador genuinamente interessado em compreender outras realidades. Seus passos pelas ruas íngremes parecem simbolizar o próprio movimento do pensamento existencialista — um caminhar que questiona, que busca sentido em meio às estruturas estabelecidas.


A fotografia nos permite ainda refletir sobre o papel dos intelectuais estrangeiros na formação do pensamento brasileiro. A década de 1960 foi marcada por intensas trocas culturais, quando o Brasil buscava simultaneamente afirmar sua própria identidade e dialogar com as correntes de pensamento internacionais. A presença de Sartre em solo brasileiro representava as aspirações intelectuais e políticas de uma geração.


O olhar de Zélia para este momento histórico não é neutro. Como intelectual, fotógrafa e escritora, companheira de Jorge Amado, ela tinha plena consciência da importância daquele encontro. Sua fotografia não apenas documenta, mas interpreta — cada ângulo escolhido, cada detalhe do enquadramento revela sua própria leitura daquela convergência de mundos.


Curiosamente, esta visita aconteceu em um momento de intensa produção intelectual para Sartre, pouco depois da publicação de "Crítica da Razão Dialética" (1960), obra em que buscava conciliar existencialismo e marxismo. O Brasil, com suas contradições sociais e movimentos políticos efervescentes, oferecia um campo fértil para suas reflexões sobre engajamento e transformação social.


A presença do filósofo francês em Ouro Preto, registrada por Gattai, nos convida a pensar como os espaços históricos dialogam com o pensamento contemporâneo. A cidade que abrigou artistas e revolucionários do período colonial brasileiro recebia, séculos depois, um pensador que também questionava as estruturas de seu tempo. Este cruzamento de trajetórias torna a fotografia de Zélia tão significativa.


A importância deste encontro transcende o momento capturado. A visita de Sartre ao Brasil influenciou toda uma geração de intelectuais brasileiros, contribuindo para debates sobre liberdade, responsabilidade e engajamento político que repercutem nas décadas seguintes. A imagem preservada pela Fundação Casa de Jorge Amado permanece como testemunho visual de como ideias viajam, se transformam e criam novos significados ao se encontrarem com diferentes realidades culturais e históricas.


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© (Giih De Figueiredo). 

Agradeço pelo interesse e pela divulgação dos conteúdos!


© Foto de Zélia Gattai/Fundação Casa de Jorge Amado. Jean-Paul Sartre. Ouro Preto (MG), Brasil, 1960.


domingo, 30 de março de 2025

Para onde caminha essa humanidade ?

 


Imagem ilustrativa



Em ligeiro panorama histórico sobre as famosas sete maravilhas do mundo antigo, é possível perceber a tentativa humana de superação de si mesma, no erguimento de construções colossais, onde a imaginação mais fértil pudesse atingir culminâncias inimagináveis.

De todas elas, a grande pirâmide de Gizé foi a única que sobreviveu no tempo, tendo sido construída por milhares de escravos para servir de túmulo do faraó Keops.

Os jardins da Babilônia jazem reduzidos a pó, o templo dedicado à deusa Ártemis, para os gregos, e Diana, para os romanos, virou escombros. Da estátua, de Zeus, em Olímpia, restam algumas colunas, o mausoléu de Halicarnasso foi corroído pelas areias impiedosas, o colosso de Rhodes foi derrubado por um terremoto e o farol de Alexandria não mais guia os navegantes na travessia do mediterrâneo, restando um museu no seu lugar.

As construções materiais, frutos da audácia e da criatividade humana, por mais respeitáveis que sejam, estão sujeitas ao desgaste do tempo, desaparecendo inevitavelmente. Já o investimento no campo dos sentimentos perdura pela vida sem fim, ficando qual selo inextinguivel em uma carta de amor, endereçada pela divindade aos caminheiros humanos.

Em tempos de aridez e convulsões contínuas no terreno delicado das emoções, onde a vida se nos afigura frágil e quebradiça, qual se a criatura humana se assemelhasse a uma barcaça em mar revolto, bilhões navegam sem rumo, clamando por orientação e diretriz segura na travessia da colossal tempestade de valores destes dias sombrios.

Multidões em fanatismo elegem falsos profetas como seus gurus, tresvariando nos campos da fé. Grupos imensos agonizam nos estertores da posse alienadora, sedentos pela matéria, que se lhes escapa entre os dedos, quais grãos de areia.

Outros muitos se agarram ao corpo sadio, quais moluscos em conchas primorosas, alcançados em algum momento pela degradação inevitável de peças básicas da armadura orgânica, rumando em desespero para a desencarnação agoniada.

Mais alguns erguem impérios econômicos, que mudam de comando de uma hora para outra, constroem fortalezas de concreto e aço, de onde julgam comandar muitas vidas, impossibilitados do autocontrole.

Imensos parques de diversões espalhados pelo mundo, acolhendo visitantes bulhentos e estressados, dissipando nos brinquedos os dramas íntimos que temem enfrentar.

Para onde caminha essa humanidade? Até quando se evadirá de sua realidade espiritual, decifrando o imenso futuro que aguarda a todos depois da decomposição cadavérica?

A esperança, parecendo ser a derradeira virtude a prosseguir junto aos caminhantes terrestres, continua a insuflar aos tímpanos a perene canção da vida abundante.

Não possuir o mundo, mas tomar posse de si mesmo. Enxergar além da cortina densa de ossos e cartilagens. Paulatinamente, gravitar da crença para o saber, da fé cega para a compreensão lúcida, dos instintos para a razão e desta para a intuição, apanágio dos anjos.

Até aqui, muitos têm percorrido os caminhos da evolução quais mariposas em derredor de lâmpadas provisórias. Preciso voejar além das lamparinas passageiras, buscando o sol da verdade plena, a fulgurar em Jesus Cristo, fundamento do caminho reto, da verdade acessível e da vida em plenitude.

Tantas estradas...

Tantas crenças...

Onde situam tuas buscas presentemente e que fazes do entendimento que já adquiristes no contato com tua própria transcendência?

No cultivo da oração e do silêncio, Deus te responderá com inabalável segurança.


Marta (Espírito)

Itapetinga, 30.03.2025


Médium: Marcel Mariano


quinta-feira, 27 de março de 2025

Uma marca de giz no gerador

 


Na fábrica da Ford, um gerador gigantesco parou de funcionar. Os engenheiros tentaram consertá-lo, mas depois de horas de testes, ninguém conseguiu encontrar o problema. Em desespero, Henry Ford ligou para um homem que, embora de pequena estatura, era um gigante da engenharia: Charles Proteus Steinmetz. 


Quando Steinmetz chegou à fábrica, pediu um caderno, uma caneta e um berço para descansar perto da máquina. Ele passou dois dias inteiros observando e ouvindo o gerador, fazendo cálculos e anotações. De repente, ele pediu uma escada e um pedaço de giz. Subiu com dificuldade, marcou um ponto na superfície da máquina e desceu com calma. 


“Retire a tampa e retire 16 voltas de cabo, logo de onde fiz a marca”, disse ele aos engenheiros. 


Céticos mas sem alternativas, os trabalhadores fizeram exatamente o que ele disse. Assim que terminaram... o gerador voltou à vida como se nunca tivesse falhado. 


Dias depois, Henry Ford recebeu a conta de Steinmetz: US$ 10 mil. Surpreso, o magnata pediu-lhe que detalhasse os custos. 


O engenheiro enviou-lhe uma nova fatura com duas linhas simples: 


Fazendo uma marca de giz no gerador: $1 


Saiba para onde discar: $ 9.999 


Ford pagou sem protestar. 


Esta história é um lembrete de que o conhecimento e a experiência não são medidos no tempo que leva para fazer algo, mas nos anos de aprendizado que permitem fazer isso em minutos.

segunda-feira, 24 de março de 2025

PIRAMIDE COM ESTRUTURAS CILÍNDRICAS ABAIXO DA ESTRUTURAS

 


PIRAMIDE COM ESTRUTURAS CILÍNDRICAS ABAIXO DA ESTRUTURAS...

Pesquisadores italianos e escoceses anunciaram a descoberta de estruturas cilíndricas subterrâneas sob as Pirâmides de Gizé, no Egito. Utilizando tecnologias avançadas de radar de penetração no solo, a equipe identificou oito poços verticais em forma de cilindro abaixo da base da Pirâmide de Quéfren, estendendo-se por aproximadamente 640 metros abaixo da superfície. Além disso, foram encontradas estruturas cúbicas e cinco complexos de múltiplos níveis interconectados por passagens, alguns localizados a cerca de 1.210 metros de profundidade. 


Essas formações podem representar um sistema de câmaras interligadas, possivelmente relacionadas aos mitológicos "Salões de Amenti", mencionados em textos espirituais do Egito Antigo. 


No entanto, a descoberta gerou controvérsias. Especialistas como o professor Lawrence Conyers, da Universidade do Arizona, questionam a capacidade das tecnologias atuais de gerar imagens precisas a milhares de metros abaixo do solo, classificando as descobertas como "um grande exagero". Ele reconhece, porém, a possibilidade de que estruturas menores, como câmaras, possam ter existido no local antes das pirâmides, dada a importância espiritual da região para as antigas civilizações. 


Para validar essas descobertas, escavações direcionadas seriam necessárias. O complexo da Necrópole de Gizé, que abriga a Grande Pirâmide, a Pirâmide de Quéfren, a Pirâmide de Menkaure e a Grande Esfinge, continua a ser um dos sítios arqueológicos mais estudados do mundo. A hipótese de uma cidade subterrânea sob as pirâmides poderia expandir o conhecimento sobre a arquitetura e as práticas religiosas do Egito Antigo. 


Vale ressaltar que estudos anteriores já apontaram a presença de túneis e câmaras ocultas no Egito. Uma pesquisa publicada no Journal of Archaeological Science indica que técnicas de georradar e tomografia de resistividade elétrica têm sido usadas para mapear estruturas subterrâneas sem a necessidade de escavações invasivas. 


Marcelo Pereira.


quarta-feira, 19 de março de 2025

Ônibus escolar nos tempos antigos

 




15 de março- Dia da Escola


Ônibus escolar nos tempos antigos☺️

O ônibus escolar foi inventado em Abruzzo- Itália.


Poucas pessoas sabem que o ônibus escolar foi inventado em Abruzzo, levando crianças na escola, habilmente dispostas em cestas de vime. 


É o testemunho do primeiro ônibus  escolar que é recordado em Itália e é uma imagem que hoje emociona, ver as crianças nos ônibus  e ver no celular de cada um quando numa altura como nesta foto, ir para a escola era uma verdadeira aventura.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Com 8 anos jogava xadrez

 



Em 1920, Samuel Reshevsky de 8 anos jogava xadrez com vários mestres do jogo simultaneamente. Dos 23 partidos disputados, ele não perdeu nenhum e só empatou 4 vezes.


Samuel Reshevsky foi o sexto filho de uma família judia. Aprendeu a jogar xadrez aos quatro anos e três meses, sendo logo reconhecido como um menino prodígio. Aos oito anos, derrotava facilmente jogadores experientes e fazia jogos simultâneos, perdendo muito raramente.


quinta-feira, 6 de março de 2025

A Múmia de Thuya

 



A Múmia de Thuya: Matriarca do Egito e Guardiã do Legado de Tutankhamon 🏺✨


Entre as grandes mulheres do Antigo Egito, Thuya ocupa um lugar de destaque. Sua influência se estende por gerações, sendo mãe da Rainha Tiye, avó de Akhenaton e bisavó do lendário Tutankhamon. Seu nome ecoa nos corredores do poder da 18ª Dinastia, um dos períodos mais fascinantes da história egípcia.


🔹 Quem foi Thuya?

Embora não tenha sido uma rainha, Thuya detinha títulos de grande prestígio na corte egípcia. Seu marido, Yuya, era um dos principais conselheiros do faraó Amenhotep III, e sua filha, Tiye, tornou-se a Grande Esposa Real e figura central do governo egípcio. No entanto, Thuya não foi apenas a mãe da rainha – ela própria tinha um papel fundamental nos cultos religiosos, servindo como “Cantora de Hathor” e “Chefe das Animadoras” nas cerimônias dedicadas a Amon e Min.


🔹 Descendente de Ahmose-Nefertari?

Pesquisadores acreditam que Thuya pode ter sido descendente da rainha Ahmose-Nefertari, uma das figuras femininas mais reverenciadas do Novo Império. Isso significaria que ela fazia parte de uma linhagem sagrada, contribuindo para o fortalecimento da posição de sua família na corte.


A Descoberta da Tumba e o Estado da Múmia


A tumba de Yuya e Thuya (KV46) foi descoberta intacta em 1905, no Vale dos Reis, um feito raro na arqueologia egípcia. Seu sarcófago revelou uma múmia extraordinariamente bem preservada, com traços faciais visíveis e um cabelo que desafia o tempo. Junto dela, foram encontrados luxuosos artefatos dourados, evidenciando seu alto status.


Hoje, a múmia de Thuya está exposta no Museu Egípcio do Cairo, sendo uma das mais bem preservadas do período. Seu legado continua vivo, pois sem ela, a linhagem que levou a ascensão de Tutankhamon talvez nunca tivesse existido.


👑 Thuya não foi apenas a mãe da rainha Tiye – ela foi a matriarca de um Egito que moldou a história do mundo. 🇪🇬✨